Devaneios sem perdão.

Claro que eu tinha sonhos e planos. Sempre gostei de estudar, sonhei em ir para bilhões de universidades diferentes, ser considerada a estranha por não sair e só ficar estudando. Sonhei em viver sozinha, eu e os livros, porque, afinal, só eles sabem tudo, só eles entendem tudo. Já sonhei também em ser o que sou. sim, assumo, sou dependente do álcool para me sentir viva, para ver o mundo de uma forma colorida.

O que jamais sonhei foi estar fora da minha própria família, nunca imaginei perder o gosto por estudar, uma coisa que ainda amo mas não consigo fazer. Nunca me imaginei apaixonada por carros e oficina como estou agora, sinto como se isso fizesse parte de mim. Jamais pensei que as pessoas fossem tão desinteressantes como são, homens mais vazios do que as mulheres de saia curta que fingem qualquer coisa para terem atenção.

Não me orgulho de mim, mais ainda sim sinto prazer em ser como sou.

Jamais serei o sonho de minha mãe porque sou a cópia do meu pai e nem serei o sonho de meu pai porque tenho muito de minha mãe. Admiro tanto um quanto outro, é claro que eu queria ser a junção dos dois, mas sou mais um piá do que uma menina mimada, sou mais dedicada e não abandonei no ensino médio, ainda tentei ir mais longe. Só queria que minha vida fosse minha e eu mesma pudesse vivê-la, com isso sim, nunca deixei de sonhar