1.01.2022

quando decidi me matar

É verão de novo e esta é sem dúvida uma das épocas que eu mais adoro no ano, sol, calor e piscina, e, antigamente confraternizações em família.
Estava vendo uma série, Maid, e percebi o quanto escrever me fazia falta e cá estamos nós novamente, apesar de eu não estar escrevendo propriamente e sim ditando para o celular escrever. Só o fato de ter com quem conversar e poder falar sobre toda essa merda já ajuda.
Cada vez que eu vejo algo sobre insanidade ou problemas e distúrbios mentais eu duvido mais ainda da minha capacidade principalmente na minha capacidade de ser mãe.
Eu sou impaciente, explosiva, impulsiva e não tenho saco nenhum para bagunça e gente que não cumpre regras.
Regras essas que nem foram impostas por mim, regras sociais, regras escolares, regras de convivência básica e aparentemente meu filho resolveu não seguir todas elas, o que me fez lembrar do livro "we need to talk about Kevin". 
Pronto, agora já estou escrevendo...
Um pouco por filho e mãe não cultivarem um bom relacionamento mas principalmente pela mãe não ter capacidade de cuidar do filho, não que ela seja incapaz mas a falta de conexão entre eles torna tudo praticamente impossível.
Essa falta de conexão é o quê me massacra, estou novamente entregando meu filho para o pai cuidar. Isso rasga o peito, só que eu acho que o meu está destroçado por motivos não relacionados ao abandono materno...
É incrível o quanto cabe em um desabafo, o quanto cabe no peito a imensidão do que não é dito
Mas enfim, os motivos que me fizeram em pedaços ao ponto de eu desejar o fim são os mesmos pelos quais me regozijo e esse é o motivo de eu desejar a morte.
Eu estou feliz em entregar a cria, lá ele tem família, gente calma, tranquila, que dá atenção, ajuda na tarefa, leva no médico, explica as coisas calma e pausadamente, sem contar a estrutura financeira.
Eu não consigo um relacionamento, de jeito nenhum, não vivo sem remédio controlado e muitas vezes não são o suficiente conta meus surtos, por vezes depressivos, por vezes tão maníacos que a vontade é atear fogo à casa e ficar lá dentro quebrando tudo,  os avós que mais cuidavam e ficavam com a cria e eram a "família referência", a pesar de um péssimo exemplo, também acabaram separando, é difícil eu sei mas antes tarde do que nunca, e uma escola que ele odiava, nada disso é fácil para um adulto, imagina uma criança.
Esses dois últimos anos foram loucos, consegui um relacionamento duradouro (três meses), foram três mudanças de residência, quatro empregos só esse ano, perdemos um familiar próximo, minha mãe foi internada por COVID e o quadro foi tão crítico que estava desacreditada, a separação dos meus pais, nem tudo foi ruim, peguei minha casa e minha mãe o apartamento dela mas os perrengues judiaram.
E é claro que eu não soube lidar com nada disso, para tanta gente isso é apenas fatos aleatórios mas eu não sei o que acontece na minha cabeça que não quer mais...
22/12/2021